ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-8-2004.
Aos cinco dias do mês de agosto de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Cassiá Carpes, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Renato
Guimarães, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal,
Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Pedro Américo Leal,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Elói Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº
166/04 (Processo nº 3911/04); pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 164/04 (Processo nº 3886/04); pelo Vereador Haroldo de Souza, os
Pedidos de Providências nos 1511 e 1512/04 (Processos nos
3989 e 3990/04, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 170/04 (Processo nº 3981/04); pelo Vereador João Bosco
Vaz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 165/04 (Processo nº 3897/04); pelo
Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos
161 e 172/04 (Processos nos 3806 e 3984/04, respectivamente); pela
Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Resolução nº 095/04 (Processo nº
3810/04); pelo Vereador Pedro Américo Leal, os Pedidos de Providências nos
1489 e 1492/04 (Processos nos 3900 e 3934/04, respectivamente); pelo
Vereador Professor Garcia, a Indicação nº 023/04 (Processo nº 3953/04); pelo
Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providências nos 1502, 1503,
1504 e 1508/04 (Processos nos 3959, 3960, 3961 e 3976/04,
respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 100/04 (Processo nº 3985/04); pelo
Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/04
(Processo nº 3914/04). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Maristela Maffei, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 026/02 (Processo nº
0765/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 319, 320, 321, 322,
338, 339, 340 e 341/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir,
foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso
do décimo primeiro aniversário de fundação do Clube da Melhor Idade Independência,
nos termos do Requerimento n° 106/04 (Processo n° 2775/04), de autoria do
Vereador Nereu D’Avila. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes,
Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Mirza Gadret,
Presidenta do Clube Melhor Idade Independência; o Vereador João Carlos Nedel,
1º Secretário deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nereu D’Avila
apresentou os motivos que o levaram a propor a presente homenagem ao Clube
Melhor Idade Independência, aludindo ao reconhecimento deste Legislativo à
atuação significativa que possuem, na sociedade atual, as entidades
representativas da população idosa. Nesse sentido, salientou a importância da
conscientização de todos para a necessidade de vivência plena, saudável e
positiva, das diferentes etapas que integram a vida humana. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila, dando continuidade ao seu pronunciamento em
Comunicações, discorreu sobre as reivindicações dos grupos de terceira idade,
em sua busca por melhor qualidade de vida. Ainda, destacou as peculiaridades
vivenciadas pelas pessoas idosas, cujo quotidiano é marcado por restrições
resultantes da idade, compensadas por níveis maiores de experiência e
capacidade de compreensão e solidariedade frente ao mundo que as cercam. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel manifestou-se quanto às atividades
empreendidas pelos clubes de terceira idade, aludindo aos programas voltados
para qualificação e lazer de seus integrantes e de participação em campanhas em
defesa de grupos carentes da Cidade. Finalizando, mencionou o significado, para
Sua Excelência, das relações de amizade mantidas com o Senhor João Wilson
Almeida, ex-presidente do Clube da Melhor Idade Independência. Na oportunidade,
a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor Artur Zanella, ex-Vereador
deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson enfocou os
reflexos positivos, para o ser humano, de uma realidade marcada por índices
elevados de qualidade de vida, citando o exemplo da Senhora Sílvia Besson, que,
aos cento e quatro anos, mantém uma vivência ativa e de integração com a
comunidade. Também, lamentou a discriminação contra o idoso ainda existente na
sociedade contemporânea, defendendo mudanças em prol de uma maior fraternidade
entre os seres humanos. O Vereador João Antonio Dib saudou os presentes, lendo
trechos de artigo de autoria do General Douglas MacArthur, intitulado “A Oração
Jovem”, transcrito hoje pelo Jornalista Flávio Alcaraz Gomes, no jornal Correio
do Povo. Sobre a matéria, destacou reflexões ali constantes, referentes ao
significado da fé na vida como fator diferencial e condição capaz de garantir a
constituição de um espírito saudável e jovem, independentemente da idade
corporal apresentada pelo indivíduo. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a
palavra à Senhora Mirza Gadret que, em nome do Clube da Melhor Idade
Independência, agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo,
relativamente ao décimo primeiro aniversário de fundação da entidade que
preside, e procedeu à entrega de uma pintura em quadro à Presidenta Margarete
Moraes, o qual passará a integrar o acervo do Memorial da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e nove
minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá
Carpes reportou-se à votação, pela Casa, do Projeto de Lei do Executivo nº
042/03, que institui em Porto Alegre a Contribuição
para Custeio da Iluminação Pública. Ainda, mencionou declarações ao
jornal Zero Hora, efetuadas pelo Secretário Municipal da Fazenda, publicadas no
dia três de agosto do corrente, acerca de dívidas que atualmente possuem entre
si o Executivo Municipal e a Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE. O
Vereador Gerson Almeida saudou a conquista, por Porto Alegre, do Prêmio de
Desempenho Exemplar pela Proteção do Clima na América Latina e no Caribe, por
programas implantados no Município para reduzir a emissão de gases causadores
do efeito estufa. Também, classificou como preconceituosas as críticas ao
serviço de emergência do Hospital Conceição, efetuadas pelo Senhor Paulo de
Argollo Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo contraditou o discurso do
Vereador Gerson Almeida, em Comunicações, afirmando que as declarações do
Senhor Paulo de Argollo Mendes descrevem a real condição do Hospital Nossa
Senhora da Conceição. Ainda, lamentou a suspensão judicial dos trabalhos da
Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a saúde pública em Porto Alegre, alegando
que os hospitais e postos de saúde do Município estão abandonados. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa analisou a situação do Hospital
Nossa Senhora da Conceição, alegando que os problemas atualmente verificados
naquela instituição são decorrentes de administrações passadas. Também, abordou
a cobrança da contribuição para a iluminação pública no Município e destacou a
construção de túnel que ligará as Avenidas Aparício Borges e Teresópolis.
Finalizando, enfatizou o crescimento econômico do Brasil nos últimos meses. O
Vereador Haroldo de Souza sustentou que a montadora de veículos da Ford,
instalada na Bahia, poderia ter sido construída no Município de Guaíba e
condenou a situação do Posto de Saúde e do Parque Industrial da Restinga,
cobrando investimentos da Prefeitura nesse Bairro. Também, discursou sobre o
trânsito de carroças em Porto Alegre, apontando crimes que teriam sido
cometidos por carroceiros, e opinando que esses veículos deveriam trafegar em
horários diferenciados. A Vereadora Helena Bonumá discorreu acerca da segurança
pública no Estado, referindo-se a seminário realizado na Assembléia Legislativa
do Estado do Rio Grande do Sul sobre o assunto e atribuindo ao Governo Estadual
a responsabilidade pelo combate à criminalidade. Ainda, esclareceu que o
Governo Municipal não tem competência legal para tomar decisões sobre a
segurança pública, argumentando que o Município tem colaborado de diversas
formas para melhorias nessa área. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº
322/04, firmado pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal
de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Elói
Guimarães se encontra representando externamente este Legislativo no Grande
Expediente em homenagem à Associação dos Servidores da Justiça – ASJ, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a partir das quatorze
horas de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os
Projetos de Resolução nos 008, 032 e 078/04, este discutido pela
Vereadora Helena Bonumá, o Projeto de Lei do Legislativo n° 138/04, os Projetos
de Lei do Executivo nos 022/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib,
Helena Bonumá e Cláudio Sebenelo, e 023/04, discutido pelos Vereadores João
Antonio Dib, Guilherme Barbosa e Sebastião Melo; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 010/01, 122, 124 e 134/04, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 010/04, os Projetos de Lei do Executivo nos
020 e 021/04. Na ocasião, o Vereador Beto Moesch formulou Requerimento verbal,
solicitando informações acerca da tramitação de sugestão encaminhada pela
Comissão de Saúde e Meio Ambiente à Senhora Presidenta, que propõe a criação de
um ambiente livre de cigarro e assemelhados no Palácio Aloísio Filho, tendo a
Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Também, o Vereador
João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando manifestação da
Procuradoria da Casa acerca do Projeto de Lei do Executivo nº 023/04 (Processo
nº 3433/04), no que se refere à aplicabilidade do disposto no artigo 115 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul
Carrion registrou o transcurso, hoje, do Dia Internacional da Saúde e aprovou
decisão da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, a qual proíbe o corte do
fornecimento de energia elétrica por inadimplência de pagamento. Também,
comemorou o desempenho do Brasil na última reunião da Organização Mundial do
Comércio e destacou as notícias de crescimento econômico no País, citando dados
relativos ao assunto. O Vereador Elias Vidal comentou o Projeto de Lei do
Legislativo n° 122/04, que veda, no Município, servir bebidas alcoólicas em
postos de combustíveis e suas lojas de conveniências, explicitando as razões
que levaram Sua Excelência a criar esse Projeto de Lei. Nesse contexto, teceu
considerações a respeito dos serviços prestados e produtos vendidos por postos
de combustíveis, sustentando serem esses fatores incompatíveis com a
comercialização de bebidas alcoólicas. O Vereador Sebastião Melo, mencionando
ser hoje o Dia Mundial da Saúde, referiu-se ao Sistema Único de Saúde – SUS –
como sendo o projeto mais significativo que o País já produziu, em termos de
inclusão social. Em relação ao assunto, criticou o Executivo Municipal a
respeito da gestão na área da saúde pública, reportando-se a matérias
jornalísticas publicadas nos últimos dias sobre transtornos enfrentados pela
comunidade em filas para atendimento médico. Na oportunidade, por solicitação
do Vereador Cassiá Carpes, foi realizada a verificação de quórum,
constatando-se a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Professor Garcia comentou a sanção ao Projeto que gerou a Lei Complementar
Municipal nº 507/04, a qual prevê o cercamento de parques municipais somente
após plebiscito e análise do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano
Ambiental – CMDUA, posicionando-se favoravelmente a essa Lei. Também, registrou
o falecimento do Senhor Marino Pereira Bastos, líder comunitário do Município
de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, constatada a
inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada a
seguir. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo
Vereador Ervino Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que
eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora
Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos às
Hoje
este período é destinado a assinalar o transcurso do 11º aniversário de
fundação do Clube da Melhor Idade Independência, nos termos do Requerimento nº
106/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. Com muito orgulho, convido a fazer
parte da Mesa a Srª Mirza Gadret, Presidente do Clube da Melhor Idade
Independência.
O
Ver. Nereu D’Avila, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações e para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Exma Srª Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes; Ilma Presidenta do
Clube da Melhor Idade Independência, Srª Mirza Gadret; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades presentes, senhores da
imprensa, senhoras e senhores, principalmente senhoras que compõem o Clube
homenageado, Independência, e o seu co-irmão, Parobé, que prestigia esta
Sessão. Esta Câmara sente-se engalanada nesta tarde pela presença de tão
ilustres damas da nossa sociedade que acorrem a esta homenagem - que não é
deste Vereador, mas desta instituição de mais de 200 anos, a Câmara Municipal -
ao Clube da Melhor Idade, presidida pela nossa amiga Srª Mirza Gadret, nós
temos o prazer de sua amizade.
O
Clube completa 11 anos nesta data. Ele foi fundado há 11 anos por um grupo de
pessoas, muitas delas presentes aqui, com o patrocínio da Secretaria de
Turismo, quando um dos diretores, nosso sempre Vereador Artur Zanella, presente
aqui, estimulou a fundação deste Clube, como de outros clubes também.
É
algo muito importante, porque há 11 anos elas se reúnem semanalmente,
patrocinam chás, fazem benemerência, trocam idéias. Isso é algo, realmente,
muito importante. Se há algum beneficio, se há algum avanço, além do avanço
tecnológico que foi inusitado em diversos campos do conhecimento humano,
biotecnologia, biociências, enfim, bioengenharia, ainda bem que outro avanço
muito grande da humanidade foi no campo não só das relações humanas, mas no
reconhecimento de que a vida humana tem estágios, sim, mas é uma só, na sua
integralidade, desde o nascer até o desaparecer. De modo que qualquer ranço de
preconceito, de certo modo, repito, graças a Deus, está descartado e considero,
repetindo, um avanço da humanidade, hoje viceja este ânimo e esta amizade, o
conhecimento das relações humanas, que se encarregam de transformar a vida em
algo mais breve, mais alegre, mais saudável, melhor de ser vivida.
A
vida é concebida desde o seu nascedouro, desde o embrião, do óvulo e do
espermatozóide, durante nove meses; depois, ela - hoje é Lei, pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente - até os 12 anos é considera criança; dos 12 aos 18
anos é considera adolescente; depois, vida adulta.
Eu
quero, em especial, homenagear a Presidente do Independência, Srª Mirza Gabret,
pela sua ilustre descendência, o seu filho é proprietário do jornal O Sul, e
outro é Prefeito, enfim, criou uma prole de eminentes homens e mulheres, tem
uma neta maravilhosa, temos o privilégio de ser amiga da Fernanda Magalhães,
enfim, uma prole de gente maravilhosa a serviço do Rio Grande, tanto os homens
como as mulheres. Aquelas que não puderam vir de outros clubes, sentiram a
presença, através de nossa correspondência, da Câmara Municipal, porque a
Câmara Municipal não é minha, não é da Presidente, não é das Vereadoras tão
altaneiras e tão dedicadas como os Vereadores, a Câmara é da Cidade, é da
população e, há muitos e muitos anos, honra as tradições desta Cidade com
exceções que sempre confirmam a regra.
Esta
Câmara tem que fazer, sim, homenagens, porque a vida, como a vida pessoal,
particular, a vida privada de nós todos tem o nosso trabalho, a nossa família,
a nossa dedicação, o nosso estudo e tem o lazer, tem a convivência, tem
amizade, tem a confraternização, esses são os valores perpétuos da vida. E,
quando atingem os cabelos brancos, encanecidos, tanto homens como mulheres, no
caso aqui, mulheres que merecem não só o respeito, mas também a co-participação
na sociedade, porque a vida continua palpitando para todos e para todas, não se
encerra... Esse equívoco tem de ser afastado definitivamente, e, muito pelo
contrário, eu mesmo sinto que, ao longo dos anos, o acúmulo de experiência, de
serenidade, de conhecimento enriquece o próprio espírito da pessoa, a própria
convivência com os demais pela tolerância, pelo saber reconhecer nas outras
pessoas que também tem direito à vida, à liberdade, à convivência, à cultura,
tem direito a todos os meios que os demais também têm. Essa conquista é uma
conquista inarredável, é uma conquista definitiva da sociedade. Outros povos e
até outros Estados deste País chegaram antes nesse reconhecimento, e nós
sentimos: por que outras culturas, outras sociedades chegaram primeiro? Chegou
finalmente aqui o progresso, o reconhecimento e, principalmente, a convivência.
E essa convivência, é claro, com as suas peculiaridades, com as suas
formalidades próprias do estágio em que a pessoa vive, pois, quando se está na
adolescência, ou de 20 a 30 anos, o estágio é do estudo, é da preparação para
enfrentar os percalços e todas as desventuras que a vida nos apronta. Depois de
uma certa idade concluída, das missões que no campo profissional ou pessoal já
estão consolidadas, parte-se para outro tipo, mas com não menos valor, com não
menos reconhecimento, muito pelo contrário, para nós com um duplo valor, porque
já nos concederam o benefício de terem convivido e deixado para a sociedade
descendências ilustres. E aqui, todas, além da Dona Mirza Gadret, têm essa
contribuição para a sociedade rio-grandense.
Sou
informado que também o Clube da Melhor Idade Menino Deus está presente, que,
junto com o Parobé, veio prestigiar o nosso Independência, que hoje completa 11
anos.
Então,
quero definir, finalmente, que esta Câmara, assim como presta homenagens nos
campos mais diversos dos componentes heterogêneos desta sociedade
porto-alegrense, é claro, é lógico, também presta homenagens a datas como esta
que não podem passar em branco: os 11 anos do Clube da Melhor Idade
Independência.
É
com muito carinho, com muita devoção e com muito respeito que nós encarnamos,
por meio de um Requerimento votado por unanimidade desta Casa, esta homenagem
no período de Comunicações por estes 11 anos. Mas, evidentemente, a homenagem
se estende a todos que co-participam com clubes organizados, porque se organizar
e disciplinar-se é também uma conquista dos povos civilizados, porque o
desarrumado, o desencontrado não busca uma unidade de ação; mas, portanto,
organizadamente em clubes, nos quais nós já participamos de almoços, de chás,
de situações em que se vê a alegria da convivência, a alegria do conhecimento,
a alegria de viver! Muito obrigado pela presença, recebam a nossa homenagem
muito sincera por estes 11 anos bem vividos do Clube da Melhor Idade
Independência.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Nereu
D’Avila em homenagem aos 11 anos do Clube da Melhor Idade Independência.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria,
Ver. Nereu D’Avila, inicialmente, de cumprimentá-lo efusivamente, porque quem
homenageia uma história de vida merece cumprimentos e merece, também, as nossas
homenagens. Meus parabéns, Ver. Nereu D’Avila.
Como
a sociedade é importante! É importante se organizar, juntar-se com várias
finalidades, e o Clube Independência, que está comemorando já 11 anos de
atividades, está fazendo isso todo esse tempo. Une-se para fazer o bem, para o
lazer, que é muito importante; para as viagens, que são muito importantes
também, mas aqui eu gostaria de fazer um incentivo, para se unir, também, em
projetos de solidariedade. A nossa sociedade precisa tanto da ajuda de quem já
viveu, de quem tem uma história, de quem tem experiência; a nossa sociedade
precisa da experiência dos componentes do Clube Independência.
Eu
sou avô já de quatro netas, e está vindo o quinto neto ou a quinta neta. Não
parece, não é? Eu vejo a minha esposa cuidando das netas. Que coisa linda! Que
coisa sensacional! E vejo o quanto elas precisam dessa orientação, dessa
experiência, dessas informações. Portanto, todos nós - eu também sou
estatutário, já tenho 62 anos - precisamos colocar a nossa experiência em
benefício da sociedade.
Eu
queria lembrar aqui um grande amigo, que foi Presidente deste Clube por quatro
anos, Srª Mirza: o meu querido amigo João Wilson Almeida, que eu tive a honra
de homenagear. Eu acho que essa honra também é do Clube Independência, Ver.
Nereu D’Avila, e o senhor ajudou a construir isso; esta Câmara aprovou por
unanimidade o nome de João Wilson Almeida para uma rua. Essa rua é uma
homenagem a esse grande Presidente, e eu tenho certeza de que a Presidente Mirza
Gadret vai desempenhar a função com tanto brilho como a desempenhou João Wilson
Almeida.
Recebam,
aqui, as homenagens desta Casa, da totalidade dos seus Vereadores. Nem todos
podem falar, pois há uma relação de inscritos. Eu tive a honra de cumprimentar
e homenagear também o Ver. Nereu D’Avila pela oportunidade de estar aqui
incentivando um Clube cujo objetivo é construir uma sociedade melhor. Parabéns
a todos e que continuem com muita saúde, com muito vigor, melhorando este mundo
que Deus Nosso Senhor nos deixou. Parabéns. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero registrar a presença do sempre
Vereador Artur Zanella, um dos criadores do Clube da Melhor Idade e que está
aqui prestigiando este período de Comunicações.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Exma Srª Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes. (Saúda os componentes da Mesa
e demais presentes.) Quero saudar o meu colega nesta Casa, Ver. Nereu D’Avila,
por esta grande iniciativa e falo também em nome do PCdoB, do Ver. Raul
Carrion. O proponente desta homenagem pediu que eu saudasse a presença também
de integrantes da Diretoria do Clube da Melhor Idade do Estado do Rio Grande do
Sul. Sem dúvida, foi uma brilhante iniciativa do sempre Vereador desta Casa
Artur Zanella, na época em que presidiu a Empresa de Turismo, a fundação deste
Clube da Melhor Idade. Homenageando os integrantes deste Clube e outros que não
estão aqui presentes, vou lembrar uma frase de uma tia que tenho na Itália e
que completou, há quatro meses, 104 anos: “Não adianta acrescentarmos anos em
nossa vida, e sim vida aos nossos anos.”
Minhas
queridas senhoras, essa minha tia, Silvia Besson, tem uma qualidade de vida
extraordinária. Ela toma duas jarras de vinho tinto todos os dias, não é uma
jarra grande, uma ao meio-dia e outra à noite, é sagrado. E, quando ela esteve
aqui no Brasil, há seis anos, a gente ouvia dessa minha tia muitas coisas boas,
muitos conselhos que ela dava para outras pessoas sobre a qualidade de vida que
ela leva até hoje. Todos nós temos problemas em nossas vidas, a gente cai numa
depressão por preocupação, e, quando isso acontecia na família dela, ela
procurava um passeio, uma viagem. Isso ela tinha sempre presente na sua mente,
sadia como é até hoje e junto com aquele grupo de senhoras com o qual ela
convive no dia-a-dia lá na Itália.
Então,
vejam, como é importante este Clube da Melhor Idade para a qualidade de vida.
Nós ficamos tristes quando vemos alguns segmentos da sociedade, hoje, que ainda
discriminam algumas pessoas por determinada idade; essas pessoas que
discriminam não têm a grandeza de pensar mais claro sobre o que essas pessoas
representam, essa geração, a qualidade de vida dessa geração, a melhor idade. A
vida é assim, cada um de nós, como vocês, escolheu a idade de ter uma grande e
melhor qualidade de vida.
Portanto,
Ver. Nereu D'avila, quero parabenizar V. Exª por esta brilhante iniciativa de
homenagear esses clubes. É um dia gratificante aqui para a Casa, para a Câmara
Municipal de Porto Alegre, para as pessoas que nos assistem pela TVCâmara, para
que sigam esse exemplo de vocês, porque quem faz a qualidade de vida é cada um
de nós, como vocês que escolhem ter uma melhor qualidade de vida.
Para
encerrar, meu caro Presidente, um pequeno versinho aqui (Lê.): "Não estou
na flor da idade, mas estou na flor de minha idade". E vocês, cada uma de
vocês, a representante de vocês que compõe a Mesa, cada um escolhe a qualidade
de vida. Portanto, vocês estão, sem dúvida nenhuma, na melhor da qualidade de
vida de cada uma de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes;
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras, meus senhores e minhas
jovens da melhor idade, este tempo deveria ter sido utilizado pelo Ver. Dr.
Goulart, já que hoje é o Dia Internacional da Saúde, mas ele disse que eu
poderia utilizá-lo, e eu estou fazendo isso, especialmente para homenagear a
Presidenta do Clube da Melhor Idade, lá do nosso velho Independência, Dona
Mirza Gadret, e as jovens que aqui se encontram. O Ver. João Carlos Nedel pediu
que eu citasse a Dona Ereni Peregrini de Almeida, em nome da nossa Bancada.
Eu
sempre digo nesta tribuna que as pessoas inteligentes não envelhecem, as
pessoas inteligentes acumulam juventude e usam, acumulando essa juventude, as
experiências que também se acumulam com a força da juventude. Se a minha mãe
fosse viva, completaria neste mês cem anos, ela faleceu há cinco anos, ela
sempre se sentiu jovem. Mas para mim só há duas idades: a do jovem e a do
velho; não há terceira idade, meia-idade, nada disso.
Coincidentemente,
hoje, no Dia Internacional da Saúde, o jornalista Flávio Alcaraz Gomes, no
comentário que faz diariamente na página quatro, Ver. Nereu D'Avila, traz uma
reflexão feita pelo General Douglas MacArthur - sem dúvida nenhuma, um homem
muito inteligente, além de guerreiro -, oportuna para a homenagem que V. Exª,
tão justamente, presta. E eu pediria permissão para ler a reflexão do General
Douglas MacArthur, que sei que foi chamada, não aqui, de “A Oração Jovem”. Ele
dizia (Lê.): “Não se torna velho o homem por ter vivido um certo número de
anos. Torna-se velho porque desertou de seu ideal. Os anos enrugam a pele; a
renúncia do ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e os
desesperos são os inimigos que lentamente nos fazem inclinar para a terra e nos
tornar poeira antes da morte. Jovem é aquele que fica admirado e maravilhado.
Ele pergunta como criança incansável: e depois? Ele desafia os acontecimentos e
encontra alegria nos jogos da vida. Você é tão jovem quanto a sua fé. Tão velho
quanto a sua dúvida. Tão jovem quanto a sua confiança em você mesmo. Tão jovem
quanto a sua esperança. Tão velho quanto seu abatimento. Você será tão jovem
quanto for acolhedor às mensagens da natureza, de Deus e do infinito. Se um dia
seu coração for mordido pelo pessimismo e roído pelo cinismo, possa Deus ter
piedade de um velho”.
Por
isso é que eu disse que nós estamos homenageando hoje não o Clube da Melhor
Idade, mas sim o clube dos jovens, que sabem se manter jovens porque acreditam
piamente que amanhã há de ser melhor do que hoje. E isso é o que nós desejamos
para cada uma das senhoras que aqui se encontram presentes. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Depois de ouvirmos os Vereadores
inscritos neste período de Comunicações proposto pelo Ver. Nereu D'Avila, eu
quero convidar a Srª Mirza Gadret, Presidente do Clube da Melhor Idade
Independência, para dar sua palavra.
A SRA. MIRZA GADRET: Boa-tarde a todos, Srª Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes; Sr. Ver. Nereu D'Avila
e senhora; amigos e amigas aqui presentes; este momento é, para nós, de plena
felicidade e de muita emoção, por esta homenagem ao nosso Clube da Melhor Idade
Independência, por proposição do Vereador e amigo Nereu D’Avila. Nesta
homenagem queremos compartilhar com os demais clubes co-irmãos da nossa Cidade
e do nosso Estado.
Nesta época da nossa vida em que merecemos todo o reconhecimento público como cidadãs e cidadãos - pois contribuímos para esta sociedade através da educação que demos aos nossos filhos, com o nosso trabalho e o amor por esta Cidade -, sinto humildade e orgulho por ser prestigiada com tamanha honra, e nossos corações se inflamam de alegria por trazermos até aqui o nosso Clube Independência, ressaltando os senhores presidentes que nos antecederam e a companhia constante dos nossos associados: a ABCMI, na pessoa da Srª Weimar Fetter; in memoriam ao Sr. João Almeida; ao nosso Presidente anterior, Sr. Francisco de Assis Carvalho Meira; e ao nosso grande amigo incentivador Artur Paulo Zanella. Queremos agradecer à Srª Presidente desta Casa, Srª Verª Margarete Moraes; ao Vereador e amigo Nereu D'Avila por esta distinção. Bendito é aquele que olha para o passado e nos acolhe, porque ainda possuímos muito força para dar ao futuro da nossa Cidade. Muito obrigada. (Palmas.)
Agora,
como é aniversário do nosso Clube Independência, nós vamos deixar para esta
Casa uma lembrança que será entregue às mãos da Srª Presidente, Verª Margarete
Moraes. Obrigada a todos. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convido o Ver. Nereu D'Avila para
receber junto comigo a homenagem.
(Procede-se
à entrega do quadro.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós encaminharemos este quadro ao acervo
do Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Eu
quero cumprimentar, mais uma vez, o Ver. Nereu D'Avila e a Srª Mirza Gadret, em
nome de todas mulheres que honram a Câmara de Vereadores com suas presenças
nesta tarde. Muito obrigada.
Está
encerrado o período destinado às Comunicações. Suspendemos a Sessão para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h58min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
14h59min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elói Guimarães.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, quero aproveitar esta oportunidade para saudar o Clube de Mães e
para saudar a todos os que estão presentes neste momento.
Quero
voltar a um assunto que parecia que ia resolver os problemas da Cidade, mas
que, na realidade, continua ainda perturbando e mostrando por que nós votamos
contra, que é a cobrança da Taxa de Iluminação Pública. O Secretário Municipal
da Fazenda, Ricardo Collar, avalia que a cobrança só poderá ser feita depois de
acordo com a CEEE em relação a dívidas pendentes. A Companhia deve à Prefeitura
cerca de cinco milhões de reais em Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.
Por outro lado, a CEEE diz que a Prefeitura deve 26 milhões de reais à CEEE.
Quando
foi apresentado, nesta Casa, o Projeto da Taxa de Iluminação Pública, que vem
camuflada como Contribuição de Iluminação Pública, nós dizíamos aqui que isso
servia para pagar a dívida de um contra o outro, coisa que, neste momento, nem
isso resolve, porque a CEEE deve 5 milhões de reais à Prefeitura, e a
Prefeitura deve para a CEEE 26 milhões de reais. Conseqüentemente, aquilo que
se dizia que era para dar segurança - a iluminação da Cidade - não é verdade,
está provado, e nós temos debatido isso aqui, em várias oportunidades.
Na
matéria sobre esse impasse que está no jornal Zero Hora de terça-feira, dia 3
de agosto - e de todos os jornais, em que há a opinião de quase todos os
candidatos a Prefeito, uns envolvidos com a questão, outros não -, uma coisa
ficou bem clara para nós: ficou bem claro que o objetivo da Taxa de Iluminação
é, sem dúvida, pagar a dívida dos dois órgãos - da CEEE para com a Prefeitura e
da Prefeitura para com a CEEE - e não para dar tranqüilidade à população em
termos de iluminação. Dizia-se, nesta Casa, que era esse o objetivo maior dessa
Taxa de Iluminação Pública, em que, se não me engano, só seis Vereadores
votaram contra. Portanto, cada vez mais fica claro que essa Taxa de Iluminação
Pública é simplesmente para pagamento de contas do IPTU devido pela CEEE à
Prefeitura, e da Prefeitura com a CEEE, para quem deve 26 milhões de reais.
Portanto, Ver. João Dib, fica claro que aquele objetivo que se dizia nesta
Casa, que era para dar mais segurança aos cidadãos, iluminando as praças, as
ruas, não se comprova a cada momento que passa. A Prefeitura poderia recolher
2,5% sobre a conta de luz desde março, mas ainda não chegou a um acordo com a
CEEE, porque a CEEE deve para a Prefeitura 5 milhões, e a Prefeitura deve 26
milhões para a CEEE. Conseqüentemente vai ser difícil essa equação para dar o
que se prometia dar à sociedade, à população de Porto Alegre: mais segurança
com uma iluminação perfeita.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Cassiá, no apagar das luzes do ano 2002, a Prefeitura
parcelou um débito do Estado em 48 vezes. Poderia ter feito um encontro de
contas, eu afirmava isso no ano passado.
O SR. CASSIÁ CARPES: Portanto, isso prova mais uma vez que,
naquele momento, a maioria dos Vereadores foram enganados. Eu tenho conversado
com Vereadores nesta Casa, muitos até arrependidos de terem votado
favoravelmente essa Taxa de Iluminação Pública, que vem a penalizar a população
de Porto Alegre, porque se dizia uma coisa, e nós sustentávamos que era outra.
Cada vez fica mais claro para a população de Porto Alegre que o objetivo dessa
Taxa de Iluminação é penalizar o cidadão com mais impostos, porque segurança
ela não vai dar, pois, até hoje, a Guarda Municipal não é qualificada, não tem
um regulamento próprio; a Segurança pública, através da Secretaria de Segurança
Pública e Direitos Humanos, não trouxe, ainda, algo positivo para a segurança
de Porto Alegre. Comprova-se mais uma vez que a população vai pagar uma Taxa de
Iluminação Pública, mas não terá iluminação pública e não terá, também,
segurança. Obrigado, Ver. Ervino Besson.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
em Comunicações.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu quero tratar aqui, em primeiro lugar, do júbilo que deve estar
sentindo toda a Cidade pelo prêmio recebido: Prêmio de Desempenho Exemplar pela
Proteção do Clima na América Latina e Caribe. Esse é um prêmio dado por uma
instituição internacional, disputado entre mais de quinhentas cidades que
participam da Rede Internacional pelo Clima, que é uma das derivações da
ECO-92. Porto Alegre foi a única Cidade que teve uma iniciativa premiada
durante a Conferência.
O
objetivo do encontro era a promoção do intercâmbio de experiências em
transporte sustentável, eficiência energética e energia renovável entre todos
os participantes, mais de quinhentas cidades (Lê.): “A Campanha Cidades para
Proteção Climática, intitulada Inovações dos Governos Locais na Proteção do
Clima, é uma ação mundial para reverter a tendência de aquecimento do planeta,
melhorar a qualidade do ar e a habitabilidade urbana, envolvendo cidades
interessadas em preparar e executar planos de ação que reduzam a emissão de
gases do efeito estufa”.
Eu
tenho a honra e a satisfação de ter sido Secretário do Meio Ambiente quando
ingressamos nessa Rede e encaminhamos esse projeto, Ver. Guilherme Barbosa, com
mais de sessenta ações que envolvem a EPTC, a Secretaria de Obras, cujo
Secretário titular era V. Exª, e tantas outras Secretarias, o que demonstra que
há um esforço político pela sustentabilidade que é reconhecido no mundo inteiro
e no Brasil. É uma caminhada em que ainda há muitos passos a serem dados, mas
Porto Alegre tem avançado e avançado com o reconhecimento, inclusive, da cidade
de Boston, que solicitou que Porto Alegre faça um intercâmbio para que possamos
trocar experiências, e isso é motivo de orgulho, com certeza, para todos nós.
Eu
aproveito este momento para distribuir aos Vereadores a publicação “Os Ares de
Porto Alegre”, que está incluída na Campanha Cidades pela Proteção Climática,
feita pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Quero
tratar também de um assunto que a mim, pelo menos, envergonha e entristece, que
são as declarações do Sr. Argollo, Presidente do Sindicato Médico, que, ao se
referir a um local importantíssimo de prestação de serviço de saúde na cidade
de Porto Alegre, mais especificamente à emergência do Hospital Conceição,
referiu-se àquele lugar com um evidente preconceito racial e de classe, dizendo
que ali é um local que fede, um verdadeiro porão de navio negreiro. Eu imaginei
que jamais ouviria declarações como essa, pensei que declarações como essa eram
coisas do passado, Ver. Sebenelo, de um passado que entristece a história
nacional como o último País, dos grandes países, a ter abolido a escravatura,
mas lamentavelmente o ódio racial e o ódio de classe ainda estão presentes. E
presentes naquele que deve representar uma categoria de fundamental
importância, mas que, com esse linguajar, com essa postura, com certeza, cada
vez representa menos os médicos do Rio Grande do Sul e da cidade de Porto
Alegre, tanto é que, no último pleito eleitoral que disputou, foi
fragorosamente derrotado, entretanto aquela derrota não lhe trouxe a humildade
necessária para reconhecer seus erros e se reposicionar; ao contrário, parece
que aprofundou um jeito hostil de tratar a Saúde pública e, mais do que a Saúde
pública em Porto Alegre, tratar aquelas pessoas pobres, aquelas pessoas que
procuram o Serviço Único de Saúde, que lá chegam e recebem o atendimento mais
qualificado possível.
É
claro que poderia ser muito melhor se houvesse mais recursos, como, por
exemplo, os 250 milhões do Orçamento do Governo do Estado, que foram
simplesmente retirados da área da Saúde este ano e foram para outras áreas. Se
o Estado ajudasse um pouco mais, com 250 milhões, talvez fosse melhor, assim
como os outros entes naturalmente também poderiam ter mais recursos. Agora, é
inaceitável que um espaço público, um lugar de saúde a que milhares de cidadãos
pobres, necessitados, recorrem seja chamado de navio negreiro, um lugar que
fede. Afinal de contas, a palavra que identifica povo com fedor foi criada pelo
último General ditador do País, que dizia preferir cheiro de cavalo a cheiro do
povo. Mas repete-se, anos depois, na democracia, uma frase que tem um conteúdo
que, sob qualquer aspecto, é odioso. Eu quero repudiar essa declaração e acho
que a Câmara de Vereadores deve tomar medidas necessárias, inclusive para pedir
explicação nesse sentido, especialmente pela sua Comissão de Direitos Humanos e
Cidadania, porque é inaceitável que declarações como essa passem sem a crítica
pública e democrática da cidade de Porto Alegre, uma Cidade que avança com
democracia, com respeito no sentido da solidariedade e não no sentido da
xenofobia, do racismo, da discriminação, da estupidez e da arrogância, como,
muitas vezes, declarações desse cidadão têm demonstrado. Então, que fique esse
alerta a todos nós.
E
a respeito da Segurança, eu gostaria, ainda, que alguém mais tratasse do tema
dos PMs temporários, que é uma temeridade e vai contra qualquer tipo de técnica
razoável para Segurança pública. Eu agradeço, Sr. Presidente, a tolerância e
encerro.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Gerson Almeida.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é
natural que um Vereador experiente, competente, o Ver. Gerson Almeida, chame
atenção para uma expressão usada pelo Presidente do Sindicato Médico, Dr. Paulo
de Argollo Mendes, que compara as condições péssimas das emergências dos
grandes hospitais em Porto Alegre e, inclusive, do Hospital Conceição a um
navio negreiro. Se tiver de processar alguém, que processe Gonçalves Dias, que
tem um poema chamado “Navio Negreiro” e que não foi acusado de racismo até
hoje.
Os
navios negreiros caracterizavam-se pelo mau cheiro, e os excrementos humanos
têm mau cheiro mesmo, Vereador. As péssimas condições de higiene e mínimas
condições de dignidade humana são a porta de entrada, a abertura do meu pedido
de CPI, nesta Casa, sobre a qual se sentaram e, estranhamente, até hoje, não
funciona, não há nenhuma decisão judicial até hoje, de fevereiro a agosto. É
muito estranho isso, é muito estranho que a busca do escamoteio dessa situação
- e desejo que nunca na vida as pessoas que lhe sejam queridas se submetam àquele
tipo de situação desesperada... Mas esta situação não dá para escamotear, sobre
essa não dá para dizer o contrário.
O
Prefeito Verle diz que, em todas as visitas que faz, em todos os postos em que
vai, a oposição vai falar sobre a Saúde. Não. Há outras questões mais graves na
cidade de Porto Alegre, mas a Saúde também é um problema, e até hoje não veio à
luz essa caixa-preta por um motivo: porque é muito difícil enfrentar uma
eleição dessas, sabendo-se como está a emergência dos grandes hospitais ou como
estão os postos de saúde especializados, com consultas marcadas para daqui a
dois, três anos, ou como estão os postos da periferia de Porto Alegre,
abandonados, sem médicos, sem remédios, sem condições mínimas de atendimento, e
continuando, inclusive, com vendas de espaços e de vagas nas filas dos postos.
Pois foi esse o motivo do pedido de CPI. E sabe o que se disse? Que havia uma
formalidade que podia ser que não estivesse adequada, que esse fato não era um
fato determinado. Ora se não é um fato determinado essa questão pendente, essa
questão premente, essa questão pungente das emergências de Porto Alegre! Não
somos nós que falamos mais, não são mais os médicos, não é mais a imprensa, é a
população inteira que não agüenta mais se subjugar a uma situação vexatória, a
uma situação dramática, a uma situação dolorosa; é difícil ter de ser internado
durante dias e dias dentro das emergências, quando não há leitos na cidade de
Porto Alegre. Essa é a grande questão; esse é o grande debate que tem de ser
levado a público, sim, e não apenas explorar uma expressão ou discutir
semanticamente se “Navio Negreiro”, da nossa história, da poesia brasileira de
Gonçalves Dias, é uma questão racial ou não! Não é essa a discussão, não é essa
a questão! Não é preconceito, não! É a questão da Saúde da cidade de Porto
Alegre, que é um caos!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra em Comunicações.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais
pessoas que nos acompanham, tenho outros assuntos, mas toco, rapidamente, na
questão da Saúde e na Taxa de Iluminação Pública.
Várias administrações passaram pelo Grupo Hospitalar Conceição, e, das notícias que tenho, a situação desse local não é muito diferente daquela que era com outras administrações. Ocorre que a nova administração, do nosso ex-colega, ex-presidente João Motta, está desmontando uma série de esquemas montados naquele Grupo; poderosos esquemas. Há pouco, o Sr. Ministro da Saúde esteve em Porto Alegre e demitiu cinco médicos, depois de uma sindicância calma, bem aprofundada, porque esses cinco médicos capitaneavam todo um esquema de próteses. Ou não é verdade? É isso o que está acontecendo lá no Grupo. Sabemos, inclusive, que há contas de ex-diretores que estão sendo questionadas pelo próprio Tribunal de Contas da União; há candidaturas sob ameaça. Ou não é verdade? Essa é a questão que está colocada.
Na
Saúde de Porto Alegre, quanto mais investimos, mais pessoas de outras cidades
vêm à nossa Capital. Chega-se ao ponto, agora, de mais de 50% dos remédios que
entregamos nos nossos postos serem para as pessoas de fora de Porto Alegre. E
não queremos cortar isso! Na verdade, queremos é que os outros Prefeitos,
principalmente da Região Metropolitana, também invistam em suas cidades, para
as pessoas deixarem de vir até aqui.
Com
relação à Taxa de Iluminação Pública, não votei, não estava na Casa nesse
período, mas o Ver. Cassiá Carpes está absolutamente enganado. A Taxa é cobrada
exatamente para pagar o futuro, e não passado. Por isso tanto a empresa
estadual quanto a Prefeitura de Porto Alegre tentam acertar as suas contas,
porque isso é lei, está determinado; não é para pagar o passado, é para pagar a
conta mensal da iluminação pública de Porto Alegre.
Mas
eu quero trazer, também, notícias muito importantes para a nossa Cidade, enfim,
para o nosso Estado e para o País. Hoje os jornais de Porto Alegre publicam,
Ver. Dib, um edital de contratação de empresa para a construção do túnel que
vai ligar a Av. Aparício Borges com a Av. Teresópolis. Naquele local, pela
previsão inicial da avenida, nós teríamos agora uma grande rótula a ser
construída e um viaduto no futuro. Pela média dos valores que estão sendo
aplicados agora, o viaduto ficaria entre 10 a 12 milhões de reais. A nossa
equipe na SMOV examinou a possibilidade de, através de uma outra estrutura,
aproveitando a topografia do local, termos uma espécie de túnel e passagem de
nível, e isso foi possível. Então, está-se licitando agora uma estrutura que
vai custar 4 milhões, portanto 33% daquilo que seria o valor previsto para um
futuro viaduto, e já há licitação hoje na rua para contratação de empresa para
construção de mais um equipamento que seria para o futuro. Lembramos ainda que
nós acrescentamos, além da previsão inicial, uma outra estrutura, um novo
viaduto que vai passar por cima da Av. Farrapos, descer na Rua Dona Teodora,
que vai ser alargada também, de tal forma que nós vamos poder chegar até a
auto-estrada de uma forma confortável, segura, muita rápida, desde a região sul
da Cidade até a nossa auto-estrada.
Por
último, quero dizer da minha alegria quando o Jornal do Comércio, no dia de
hoje, traz esta manchete importante, refletindo a situação que o nosso País
vive hoje. (Lê.) “Indústria eleva vendas, paga mais e cria vagas.” Portanto, os
salários estão aumentando. Está dito, inclusive, que a indústria
automobilística, comparando julho do ano passado com julho deste ano, cresceu
38,8%. Portanto, expresso a minha alegria. Estávamos bastante ansiosos para que
a economia do País crescesse, e, felizmente, o remédio amargo dado pela equipe
econômica do Governo agora passa a dar resultado, e o País, de fato, entra numa
fase de crescimento sustentável, com grande geração de emprego, e isso
significa dinheiro girando, mais recursos, inclusive, para as máquinas
estaduais, municipais, mais investimento para a melhoria do nosso povo.
Portanto, eu quero dizer da minha grande alegria de ler uma manchete como essa.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
(A
Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, a indústria automobilística, Ver. Guilherme Barbosa, realmente
cresceu nos últimos dias e meses do Governo do Sr. Lula, principalmente a Ford
que está instalada na Bahia, que poderia estar instalada aqui no terreno baldio
de Guaíba. Cresceu mesmo, mas cresceu para os baianos.
É
lamentável como são tratadas as pessoas em postos de saúde da rede pública
municipal. Na Restinga, o problema se agrava a cada dia que passa, e as
reivindicações são mínimas diante da necessidade daquela população. Todo posto
de saúde que se preze tem por obrigação abrigar três médicos permanentes, sendo
um pediatra, um ginecologista e um clínico geral. Nada disso acontece no posto
da Restinga.
Fala-se em falta de dinheiro na Prefeitura, em contrapartida afirma-se, principalmente o Ver. João Dib, que a Prefeitura tem dinheiro aplicado no sistema bancário. Nem mesmo em época de campanha eleitoral as pessoas conseguem o mínimo nessa área, que é a mais importante na vida de todos nós. E a Restinga é praticamente uma cidade. Não se fala mais também no Centro Industrial da Restinga. Não, isso morreu, acabou! O terreno está lá. Agora, Centro Industrial da Restinga para quê? Serviu como palanque eleitoral num período, hoje se agarra a outro tipo de coisa.
E
não há nesta Cidade também quem não reclame das carroças nas ruas, atrapalhando
o trânsito, causando acidentes e agora acobertando assaltantes, como denuncia,
através de sua coluna, após uma série de cartas recebidas, o colunista Paulo
Sant’Ana do jornal Zero Hora. O que faz uma carroça nas altas horas da noite
circulando pela Cidade com dois ou três sacos de lixo? Não existe horário de
recolhimento? Por que então essas carroças que recolhem lixos pela Cidade não o
fazem apenas depois das 22 horas, com rigorosa fiscalização? Fazem em horário
de enorme movimento de carros pelas ruas da Cidade, causando transtornos. A
coisa é ao contrário, as carroças continuam recolhendo lixo na hora do
movimento intenso de carros, e à noite, quando se poderia fazer esse trabalho,
a maioria - eu repito -, não todos, mas muitos estão usando a carroça como meio
para assaltar, acobertados que ficam pela pseudo-ingenuidade de que ali está um
trabalhador e não um assaltante.
Quando
se diz que a Prefeitura cuida da Cidade e que os Srs. Vereadores são os fiscais
desta Cidade, não deveria haver tanta burocracia para solução de determinados
problemas. Não deveria acontecer sequer discussão a respeito de determinados
assuntos que escancaram uma irregularidade gritante, agora trazendo no seu bojo
a presença de marginais, de assaltantes, em carroças. Mas o Primeiro Mundo deve
imaginar: “No Brasil, assalta-se de carroça. Até o assaltante brasileiro é
pé-de-chinelo!” Puxa, até uma moto foi erguida do chão, colocada em cima de uma
carroça. O furto não se consumou porque o alerta de outros motoristas,
buzinando, fez com que os carroceiros pegassem a moto, tirassem de cima da
carroça e a deixasse no lugar. A moto estava acorrentada a um poste, mas os
carroceiros têm pé-de-cabra para arrombar o porta-malas, para tirar o estepe e
têm alicate para cortar as correntes. Por favor! E a autoridade competente diz
que o carroceiro, de um modo geral, é um cidadão que precisa estar empregado.
Tem, sim! Mas, por isso, mantém-se na Capital dos gaúchos, em pleno século XXI,
o trabalho de recolhimento de lixo com veículos de tração animal. Pobres
animais e pobre gente!
Paga-se
imposto, e como se paga para conviver com essas aberrações na Capital, e eu não
sei qual é o instituto que diz que é a grande capital, exemplo para o País. Vem
viver aqui para ver. Vem sentir os problemas do dia-a-dia, para, depois, fazer
o julgamento de escolher Porto Alegre como capital modelo de não sei de quê.
(Mostra fotografias.) Por exemplo, há uma placa aqui que diz: “Administração
Popular”. (Mostra foto.) Aqui eu não sei se dá para focalizar, é um parque
abandonado, situado na 4ª Unidade da Restinga. Foi construído e não se usa. E
há crianças precisando de creches. Este é o modelo de Administração Municipal?
Por favor!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta desta Casa, Verª
Margarete Moraes; Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham, eu
gostaria de tratar aqui de um tema que tem sido freqüentemente abordado pelos
Vereadores nesta Casa - na última Sessão, foi abordado pelo Ver. Sebenelo e
recorrentemente tem sido pauta dos nossos debates - , que é o tema da
Segurança.
Nós
tivemos, na semana passada, mais precisamente na quinta-feira, Ver. João Dib,
no auditório Dante Barone, da Assembléia Legislativa, por iniciativa da
Assembléia, um painel reunindo o Secretário Estadual de Segurança Pública,
Deputado José Otávio Germano, e o Secretário Nacional de Segurança Pública,
Delegado da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, dentre outras figuras, como
o Professor José Vicente e Dr. Mauro Renner, representando o Ministério
Público, que discorreram sobre Segurança pública.
Eu
acho que hoje em dia, quando a gente faz uma análise em relação à Segurança,
nós temos de pensar concretamente o que tem sido essa política no nosso Estado.
A Segurança, em primeiro lugar, é bom que se diga, constitucionalmente falando,
ou seja, recuperando as nossas leis e as atribuições legais, é uma
responsabilidade do Estado, da União, no caso da Polícia Federal, mas dos
Estados, no Brasil. Portanto, o Governo do Rio Grande do Sul, particularmente a
Secretaria de Justiça e Segurança do Estado do Rio Grande do Sul, tem
responsabilidade em relação à política de Segurança pública do nosso Estado.
E
mais recentemente no Governo Lula, pela proposta que este Governo trouxe de
Sistema Único de Segurança Pública, os Municípios passam a ter um papel na
Segurança pública. Mas qual o papel que passam a ter os Municípios? Não houve
alteração legal, não houve divisão legal de responsabilidade com os Municípios.
Portanto, frente à lei, os Municípios não têm competência legal na área da
Segurança pública. Portanto, quando a gente cobra Segurança pública dos
Municípios, primeiro, é uma revelação do desconhecimento, porque o Município
não tem essa atribuição legal, e, segundo, é uma manifestação de
desconhecimento da própria proposição do Governo Federal, através da Secretaria
Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, e os Municípios se incorporem
nesse processo, como Porto Alegre tem feito, é mais a partir de uma ação de
prevenção e de complementaridade com as Polícias.
Então,
o que é que nós temos feito em Porto Alegre nessa área, que é, sim, importante
para a segurança do cidadão e da cidadã de nossa Cidade? A Prefeitura, apesar
de não ter atribuição legal nessa área, tem-se colocado como parceira e criou
uma Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, cuja votação foi feita
por esta Casa, potencializando mais as ações de direitos humanos e começando um
trabalho de prevenção da violência na área das políticas sociais, na área da
articulação das ações da Prefeitura junto a segmentos de vulnerabilidade social
e criando os Fóruns Regionais de Segurança Urbana, o Conselho Municipal de
Segurança Urbana, para que existam, em Porto Alegre, canais permanentes,
através dos quais a população, por região da Cidade, no Município, possa
discutir a problemática da segurança juntamente com as organizações policiais,
juntamente com o Ministério Público, com a universidade, com outras
instituições, de uma forma permanente. Ou seja, não vamos tratar do problema da
segurança apenas quando acontece o delito, apenas quando acontece o crime ou a
violação de direitos; vamos tratar permanentemente a questão da segurança
discutindo a política de policiamento, discutindo onde estão os efetivos da
Polícia Civil e Militar e o que eles estão fazendo, discutindo o tipo de
problema que acontece em nossa Cidade na área da Segurança, mas,
principalmente, trabalhando o caráter preventivo, porque nós não queremos que
os problemas ocorram, e aí a Prefeitura, sim, tem dado uma contribuição
importante nessa área. Eu acho que temos de abordar e, cada vez mais, trabalhar
com essa dimensão que é a construção de ações preventivas e educativas na área
da prevenção da violência. Acho que há um grande espaço para isso, e as
instituições, como a Câmara de Vereadores, têm, sim, de estar junto nessa
corrente, como efetivamente a Câmara já participa, com assento no Conselho
Municipal de Segurança Urbana, que ainda não tem um ano de idade, mas que tem
funcionado e está-se tornando uma referência para a nossa comunidade,
objetivando a discussão permanente dos problemas que ocorrem na Cidade nessa
área, buscando articulação, buscando a complementaridade necessária na ação
daqueles órgãos que têm competência e responsabilidade na área do policiamento,
juntamente com a Prefeitura de Porto Alegre e com a comunidade.
Nós
entendemos que estamos dando os primeiros passos na nossa Cidade para a constituição
de um processo que tem sido reconhecido, já em nível nacional, como uma
experiência positiva, apesar de ser curta no tempo, e que aqui na nossa Cidade
já está servindo de referência à nossa comunidade pelo que traz de
potencialidade e de espaço concreto de discussão de uma política que nunca foi,
antes, discutida como política pública, e nós sabemos que o seu enfrentamento
passa, e muito, por isso. Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrado o período de Comunicações. Sras
Vereadores e Srs. Vereadores, apregoamos que o Ver. Elói Guimarães estará
representando a Casa no Grande Expediente em homenagem à Associação dos
Servidores da Justiça hoje, dia 5 de agosto, no plenário do Palácio
Farroupilha.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 0072/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 008/04, de autoria da Verª
Margarete Moraes, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Jornalista e
ex-Vereador Adroaldo Bauer Spíndola Corrêa.
PROC. N.º 0114/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 032/04, de autoria da Verª
Maria Celeste, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Sociólogos
do Rio Grande do Sul.
PROC. N.º 2538/04 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 078/04, de autoria da Verª
Helena Bonumá, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Bancários
de Porto Alegre.
PROC. N.º 3027/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 138/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Sistema Municipal de Informações Ambientais
(SMIA) para acesso público, inclusive via Internet,
aos dados e informações ambientais dos órgãos integrantes do Sistema Municipal
do Meio Ambiente (SISMAM).
PROC. N.º 3394/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 022/04, que denomina Rua
Caracol do Campo, Rua Grandiúva, Rua Gravatá, Rua Caliandra, Rua Pé-de-Deus,
Rua Begônia, Rua Ipê Amarelo, Rua Guamirim, Rua Capororoca, Rua Goiabeira, Rua
Aroeira e Rua Cambará, logradouros não-cadastrados localizados no Loteamento
Cavalhada, Bairro Cavalhada e dá outras providências.
PROC. N.º 3433/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 023/04, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica
Federal – CAIXA; para execução de empreendimentos do Programa Nacional de Apoio
à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros – PNAFM – e a oferecer
garantias e dá outras providências.
2.ª SESSÃO
PROC. N.º 0292/01 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 010/01, de autoria da
Verª Maristela Maffei, que denomina Rua Odylla Ramos Chika um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. N.º 2795/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 122/04, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que veda, no Município, servir bebidas alcoólicas em postos
de combustíveis e suas lojas de conveniências. Com Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2911/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 124/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Zenobia Lucia de Deus um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Loteamento Parque Residencial Linha
Bettio.
PROC. N.º 2981/04 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 010/04,
de autoria da Verª Clênia Maranhão, que institui o Código de Práticas de
Dignidade das Relações entre Homens e Mulheres e define ações para a construção
de um sistema de gênero no âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC. N.º 3187/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 134/04, de autoria do
Ver. Renato Guimarães, que denomina Rua Tenente Portela um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. N.º 3277/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 020/04, que altera e dá nova
redação ao “caput” do art. 1.º e ao § 1.º do art. 4.º, todos da Lei n.º 9.187
de 30 de julho de 2003, que autorizou a alienação aos lindeiros Adolpho Kurth
Hanke, Elizabeth Campana Souza Lima, Adriana Mota da Silva Barcellos e Vicente
Ferreira de Lima, de imóvel próprio municipal, localizado no Loteamento Três
Figueiras, destinado a passagem de pedestres número 05, entre as Ruas
Desembargador Hugo Candal e Coronel Assis e dá outras providências.
PROC. N.º 3278/04 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 021/04, que altera e dá nova
redação ao art. 2.º e ao ‘caput’ do art. 3.º todos da Lei n.º 9.181 de 30 de
julho de 2003, que autorizou a desafetação e alienação de próprio municipal
localizado entre as Ruas Desembargador Espiridião Lima Medeiros e General Nestor
Silva Soares, passagem de pedestre n.º 03 do Loteamento Três Figueiras, e dá
outras providências.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, se na segunda-feira eu criticava o Executivo
Municipal por ter encaminhado uma dezena de Projetos de Lei retirando o Decreto
de Utilidade Pública de algumas entidades - eu dizia que poderia ter sido feito
um só Projeto, pois a finalidade é a mesma -, hoje, eu quero cumprimentar, pelo
menos em parte, o Executivo, uma vez que eu já havia dito que era possível
fazer isso num só Projeto de Lei. Ele manda a denominação de 12 ruas: em vez de
termos 12 leis, nós teremos uma lei denominando 12 ruas, e, se assim desejar,
por exemplo, o Vereador poderá apresentar um número igual de leis e de ruas
denominadas, fazer a solenidade de cada uma no dia oportuno. Então, estou
cumprimentando o Executivo pelo exemplo; exemplo, aliás, que eu havia trazido a
esta tribuna, mostrando que, no passado, a Prefeitura havia feito e que, agora,
recentemente, a Prefeitura de Viamão fizera a mesma coisa. Então, o Prefeito está
nomeando 12 ruas.
Agora,
se eu o elogio por isso, eu não vou nunca entender por que não pode haver na
Cidade uma Rua Tucano; eu não vou entender. Ontem, eu dizia que nós não
votaríamos mais do que um Projeto, e, na realidade, nós votamos um e ficou
dependente o Veto da Rua Tucano. O Prefeito está denominando a Rua Caracol do
Campo, a Rua Grandiúva, a Rua Gravatá, a Rua Caliandra, a Rua Pé-de-Deus - eu
nunca me dei conta de que Deus tinha pé; honestamente, eu nunca tinha pensado
nisso, é uma figura tão inatingível, que eu não pensei se tinha pé, mas, em
todo o caso, o Prefeito manda -, a Rua Begônia, a Rua Aroeira e a Rua Cambará.
E eu não sei por que o tucano, um pássaro brasileiro, não pode também figurar
entre as ruas a serem denominadas. Também eu não vou dizer que duvido desse
anexo - que eu acho meio estranho - referente ao art. 1º, que dá nome a rua de
Rua Caracol do Campo. Mas eu não posso ter a convicção de que essa história
aqui foi bem contada, que essas assinaturas aqui foram colhidas, até porque não
dá para saber que nome as pessoas escolheram para a rua, não dá. Mas, de
qualquer forma, o Prefeito fez a sua parte, mandou um Projeto de Lei
denominando 12 ruas e consultou a população, como também o Ver. Cláudio
Sebenelo, na sua maneira de fazer, consultou a população antes de fazer as
denominações baseado nas constelações do nosso céu.
Mas,
por outro lado, quanto ao outro Projeto do Executivo, tenho, sim, algumas
dúvidas se pode-se dar continuidade, apesar de a Procuradora-Geral da Câmara
dizer que não há óbice quanto à tramitação. Olho a Lei Orgânica e vejo que há
um artigo que diz que 180 dias antes do término do mandato do Prefeito não
podem ser iniciadas novas obras. E o Prefeito está pretendendo fazer aqui um
empréstimo de 17,5 milhões de reais, dando como garantia o ICMS, para uma obra,
segundo ele, que não sei se o Prefeito que o sucederá terá interesse. E, ao
mesmo tempo, está pedindo autorização para que possa chegar até o total de 26,
5 milhões de reais. Gostaria que houvesse um exame mais acurado por parte da
Procuradoria, porque não sei se o outro Prefeito teria interesse nisso. (Lê.)
“O Projeto de Qualificação e Modernização Fiscal, ora proposto, tem por
objetivo a melhoria da eficiência e eficácia da gestão fiscal, abrangendo a
modernização, qualificação e atualização da estrutura administrativa,
operacional e das condições de trabalho da área tributária. A necessidade de
buscar alternativas para incrementar as receitas municipais e otimizar a
aplicação de recursos é de vital importância para que os Municípios possam
enfrentar, com responsabilidade, os desafios prevalentes”. Eu tenho impressão
de que - ele está saindo da Prefeitura - não é este o momento de ter proposto
esse Projeto de Lei. Nós não temos 180 dias até o término do mandato do atual
Prefeito João Verle; acho que a Lei Orgânica impede. Gostaria que fosse muito
bem examinado por esse ângulo. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não, Ver. Beto Moesch.
O SR. BETO MOESCH (Requerimento): Presidenta, gostaria de colocar a V. Exª
que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente protocolou, há alguns meses, um Projeto
de implantação de ambiente livre de cigarro no Palácio Aloísio Filho, portanto
aqui na Câmara de Vereadores. Várias instituições já implantaram esse Projeto,
e isso se deve ao fato de que o tabagismo passivo é a terceira causa de mortes
evitáveis no mundo, perdendo apenas para o próprio cigarro ativo, fumo ativo, e
o consumo excessivo de álcool. Então nós embasamos essa solicitação na Lei
Federal que determina (Lê.): “É proibido o uso de cigarro, cigarrilhas,
charutos e cachimbos ou qualquer outro produto fumígero derivado do tabaco em
recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a
esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”. O que não ocorre
aqui nesta Casa.
A
estratégia desse Projeto visa, por exemplo - e apenas para resumir e encaminhar
a minha solicitação, Srª Presidenta -, à remoção de cinzeiros nesta Casa, à
realização de uma data alusiva, que seria 31 de maio, que já passou, mas também
poderá ser no dia 29 de agosto, por isso estou fazendo a solicitação, porque
nós poderíamos programar algo já, agora, para o dia 29 de agosto. Como nós
estamos numa Casa Legislativa, como, mais do que em qualquer outra casa,
devemos fazer cumprir as leis - e já há uma legislação federal nesse sentido -,
nós gostaríamos de uma resposta, com certeza positiva, da Mesa com relação à
implantação do Projeto de ambiente livre de cigarro aqui na Câmara de Vereadores.
Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Beto Moesch, gostaria de informá-lo
de que esta presidência recebeu um Projeto de autoria do Presidente da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Sebastião Melo, e o que faltou foi oportunidade
de discussão na Mesa Diretora para podermos apresentar um Projeto de Resolução
nesse sentido. Certamente nós teremos uma reunião na próxima semana e
encaminharemos o Projeto apresentado pelo Ver. Sebastião Melo, que conta com a
sua contribuição, certamente. Obrigada.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Nobre Presidenta, eu gostaria de dizer
que o artigo que eu solicitaria que a Procuradoria-Geral da Casa examinasse, no
processo de financiamento, é o 115 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Desculpe-me, em relação a que, Vereador?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sobre o financiamento de 17,5 milhões de
reais que o Prefeito pretende, e nós não temos pela frente 180 dias de mandato
do Prefeito.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não.
Dando continuidade, o Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pauta.) Ausente. O Ver. Renato Guimarães seria o próximo a discutir a Pauta e também já havia desistido, portanto o Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes;
colegas Vereadores, demais pessoas que nos acompanham, eu também, quando havia
me inscrito neste período de discussão preliminar de Pauta, pretendia falar
exatamente sobre o Processo que o Ver. João Dib se debruçou no último momento
da sua intervenção aqui na tribuna. É um Projeto muito importante, encaminhado
pelo Prefeito João Verle, e, de certa maneira, o Ver. João Dib já explanou
sobre ele. Com esse Projeto, o Prefeito pede autorização à Câmara de Vereadores
para contrair um financiamento com a Caixa Econômica Federal através do
Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios
Brasileiros - PNAFM. O valor é significativo, importante para o Município; o
valor a ser financiado seria de 17,5 milhões de reais, e a Prefeitura locaria
também uma parte dos recursos, de tal maneira que o Programa total teria o
valor de 26,5 milhões de reais. Portanto, a Prefeitura de Porto Alegre, através
do seu cofre, do seu Tesouro, colocaria 9 milhões de reais na totalidade desse
Programa. Verificamos que é um valor, realmente, muito significativo, muito
importante, que tem a tarefa de qualificar a gestão financeira do Município, de
arrecadação de tributos, treinamento dos funcionários, equipamentos e assim por
diante. E a gente sabe que a Caixa Econômica Federal, essa grande entidade
nacional, pública, brasileira, tem praticado condições financeiras muito
atraentes, o que seria, de fato, do ponto de vista financeiro, inigualável se a
Prefeitura fosse buscar em outro agente financeiro um financiamento como esse.
Então,
nesse ponto, eu acho que não haverá nenhuma posição contrária dos Vereadores da
oposição nesta Casa, pois acredito que todos queremos uma estrutura
administrativa avançada na Prefeitura. Até eu faço um parêntese para dizer que,
paulatinamente, nós temos, sim, qualificado essa estrutura. Eu costumo dizer,
Ver. Dib: não sei se a nossa Prefeitura é “a mais” neste momento, mas, com
certeza, é uma das Prefeituras mais informatizadas do Brasil. Inclusive, no
âmbito da SMOV, que eu dirigi há pouco, nós demos um passo muito importante na
tarefa de aprovação dos projetos arquitetônicos. Agora, os profissionais,
engenheiros e arquitetos, podem encaminhar do seu escritório, pela Internet, o
seu projeto, e os profissionais da SMOV vão examiná-lo na tela de um
computador. Isso agiliza tremendamente o processo, reduz o seu tempo, o que é
bom, porque nós sabemos da importância da construção civil.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Guilherme Barbosa, eu não quero discutir o mérito. Eu
acho que o Projeto tem muito mérito, eu acho que a máquina pública deve sempre
ser aprimorada. Eu só coloco dúvida - por isso pedi à Procuradoria - quanto ao
art. 115 da Lei Orgânica (Lê.): “É vedado iniciar a execução de obras públicas
nos últimos cento e oitenta dias do mandato do Prefeito, salvo se existirem
recursos financeiros a ela destinados”. Eu não vejo no Processo nada que me
informe que foi estudado, que já existem recursos, nada! Na verdade, não
existem recursos. Não sei se uma outra Administração não buscaria o mesmo
aperfeiçoamento, mas por outros caminhos.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado pelo aparte. Pela leitura de V.
Exª a gente depreende que, rigorosamente, a Lei Orgânica se refere a obras, não
a financiamento de melhoria da máquina pública. Pode V. Exª dizer que há uma
certa semelhança nos temas, mas o texto se refere explicitamente a obras. E nós
já temos, no corpo do Processo em tramitação - foi passado para nós -, o exame
da experiente Procuradora da nossa Casa, Marion Alimena, que diz, do ponto de
vista legal, que não há nenhum impedimento para a tramitação do Processo.
No
entanto, eu acho que V. Exª tem uma preocupação importante. Interessa-nos
também, já que o mandato do Prefeito Verle se esgota em 31 de dezembro, e nós
precisamos ter todas as garantias. Portanto, não faz mal que haja uma análise
mais acurada, digamos assim. No entanto repito: o texto da Lei Orgânica se
refere exclusivamente a obras. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes;
dos temas que temos hoje na Pauta, Projetos em 1ª Sessão de Pauta, eu gostaria
de salientar dois. Primeiro, um Projeto de Resolução de nossa autoria que prevê
a concessão do Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Bancários de Porto
Alegre. Tivemos essa iniciativa por reconhecimento ao trabalho da categoria dos
bancários na nossa Cidade e pela trajetória de luta dessa organização sindical.
O
Sindicato dos Bancários, ao longo de muitas décadas, salientou-se não apenas
pela defesa dos interesses corporativos legítimos, evidentemente, pelos
interesses da sua categoria, dos bancários, mas também sempre foi um
instrumento de luta dos trabalhadores em geral. O Sindicato dos Bancários teve
sempre uma participação na primeira linha do processo de construção da CUT -
Central Única dos Trabalhadores - e, também, nas lutas democráticas que o nosso
País travou, na luta contra a ditadura militar, na luta pela liberdade de
autonomia sindical, pelo direito de greve, na campanha das diretas, em muitos
momentos em que os trabalhadores brasileiros foram para a rua enfrentar a ordem
autoritária e excludente em que a gente vive. O Sindicato dos Bancários sempre
foi um espaço de luta, um espaço de referência, um espaço de organização da sua
categoria, mas um espaço muito generoso que sempre se abriu para o conjunto dos
trabalhadores e trabalhadoras em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul
e sempre teve, também, uma destacada participação através da suas lideranças no
movimento sindical nacional. Portanto, nós entendemos que esta Casa, sim, tem
muitos motivos para estar homenageando o Sindicato dos Bancários pela sua longa
trajetória de luta na construção de direitos dos cidadãos e das cidadãs da
nossa sociedade.
E
quero, ainda, Ver. João Dib, dialogar sobre a sua intervenção, comentando o
Projeto de Lei do Executivo nº 022/04, que denomina diversas ruas com nome de
espécies nativas do Morro do Osso, no Loteamento Cavalhada. Eu fui participante
ativa desse processo e quero dar, aqui, o meu depoimento da importância do
mesmo. Nós, com o Programa de Segurança Urbana da Prefeitura de Porto Alegre,
ainda antes da criação da Secretaria de Segurança, em agosto de 2002 - a
Secretaria foi criada por esta Câmara a partir de Lei votada no final do ano de
2002, passou a existir a partir do início de 2003 -, fizemos, eu estava na
Secretaria de Governo, uma intervenção articulada no Loteamento Cavalhada,
local onde nós tínhamos, na ocasião, uma situação de conflito bastante grande
na comunidade, a comunidade sofrendo uma violência a partir de algumas
inserções do tráfico organizado, que tumultuava bastante a vida da comunidade.
Nós, numa parceria com a Brigada Militar, fizemos um processo que durou todo o
semestre, de agosto até dezembro, e teve, num primeiro momento, o que nós
chamamos de “ações emergenciais”, em que a Prefeitura acorreu àquela comunidade
articulando os seus serviços e trazendo para ela uma possibilidade de
mobilização, de ocupação do espaço e de superação concreta daquela condição
posta ali. Foi importante a participação da Brigada Militar no período de 2002,
e foi muito importante a capacidade de resposta da comunidade.
Quero
dizer, Ver. João Dib, que as ruas foram escolhidas pelos cidadãos que lá
moravam a partir de uma excursão de conhecimento no Morro do Osso, das suas
espécies nativas, e, após terminar a pavimentação que está em andamento lá,
pensa-se em estar plantando aquelas espécies, a comunidade tem essa proposta.
Esse processo é um processo comunitário que envolveu a escola, que envolveu os
alunos. Os moradores votaram os nomes das ruas, fizeram a sua escolha, e o
Executivo encaminhou.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Verª Helena Bonumá, eu vejo, por exemplo, que uma rua aqui
teve três votos, e os três são diferentes, não sei por qual foi o escolhido. Eu
vejo uma aqui que tem...não há assinatura, rabiscaram o nome, mas há até o nome
do registro da Polícia Civil. Um deles, aqui, só tem o número... Eu não tenho
dúvida de que foi feito, como não tenho dúvida de que o Ver. Cláudio Sebenelo
fez uma pesquisa e que a população concordou com o que ele queria, mais de 50%,
que é o que há aqui, no caso do Prefeito, com os dados que ele nos encaminha.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Vereador, são dois Processos distintos.
Estou-me referindo ao Processo do Loteamento Cavalhada porque acompanhei de
perto o envolvimento da comunidade na denominação daqueles logradouros ali e
dentro de uma estratégia da comunidade estar-se apropriando do seu espaço e
construindo a sua cidadania naquele espaço a partir dessa intervenção.
No
caso da rua do Ver. Sebenelo, a lei municipal é bem clara, Vereador. E acho
que, nesse caso, o Executivo e o Processo que lá existiu contemplam o critério
que a lei exige que nós cumpramos nesta Casa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes,
Presidenta desta Casa; demais Vereadores, Vereadoras e todos os que nos
acompanham nesta tarde, em primeiro lugar, queríamos saudar e registrar o Dia
Internacional da Saúde - não é, Ver. Sebenelo, que é médico? -, que transcorre
no dia de hoje e que deve ser registrado nesta tribuna.
Em
segundo lugar, queríamos saudar também a decisão, Ver. Sebastião Melo, da 1ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça - seguindo jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal no mesmo sentido - que, com base no Código de Defesa do Consumidor,
decidiu que o fornecimento de luz, de energia, não pode ser cortado em caso de
inadimplência. Creio que é uma decisão importante e que nos dá uma base para
defender o direito da cidadã, do cidadão, que, muitas vezes, pela própria causa
da crise econômica, fica privado de algo que hoje é a vida. Isso no meu
entender. Até temos um Projeto, nesta Casa, que também determina que não seja
cortado o fornecimento de água no caso de desempregado e permite uma
renegociação, sem incorrer em multa, sem incorrer em juros, havendo somente a
correção monetária, em que a pessoa, pelo menos durante seis meses, não terá a
sua luz cortada, e depois haja, ainda, um processo de negociação, isso no caso
de a pessoa ficar desempregada. São jurisprudências importantes que vão-se
formando.
Queria,
por outro lado, também saudar a importante vitória que o Brasil obteve na
Organização Mundial do Comércio. Há poucos dias, havia tido uma vitória na
discussão do açúcar, o subsídio que os Estados Unidos dá aos seus produtores de
açúcar, e agora venceu também uma discussão na OMC, em relação... Disse mal: na
semana anterior, quanto aos Estados Unidos, foi em relação ao algodão. E agora,
em relação à União Européia, é referente ao açúcar. Isso significará um aumento
de 2 milhões de toneladas, as previsões de venda do Brasil; 750 milhões de
dólares anuais e 60 mil empregos. Todas essas vitórias têm sido conquistadas
pelo Governo, que tem tido uma posição soberana, uma posição firme no cenário
internacional. E, certamente, tem a ver com o acordo favorável ao Brasil também
conquistado na última reunião da OMC.
Por
fim, eu queria referir aqui, com júbilo, também, a respeito das notícias que o
País comenta, que a nossa grande imprensa relata quanto à retomada do
crescimento neste País: o registro de 1 milhão e 200 mil empregos com carteira
assinada nos últimos seis meses; Ver. Sebastião, tem sido o maior crescimento
dos últimos anos; um superávit nas contas externas que deve fechar, este ano,
em mais de trinta bilhões de dólares - algo nunca atingido neste País -;
crescimento da indústria gaúcha, nesse novo quadro, de 9,2%; 86% da capacidade
produtiva da indústria gaúcha está sendo utilizada; 83% da capacidade produtiva
no Brasil; sabemos que a indústria opera num limite de 88%; o recorde em
investimentos em bens de capital, significa maquinário, o que indica uma
retomada, não só da economia, mas dos investimentos, que é a condição de um
crescimento mais sólido; também o aumento da renda dos trabalhadores; os
salários líquidos tiveram um aumento de 9%. Em suma, já há previsões de que o
PIB, este ano, aumente 4% e que o crescimento industrial seja de 6%. E é
importante dizer que, no último ano do Governo anterior, o Governo neoliberal
do Fernando Henrique, o PIB havia crescido somente 0,24%, o crescimento
industrial, e agora se prevê um crescimento, já houve no primeiro semestre, de
9,2%.
Para
concluir, quero dizer que isso coloca para o Governo Lula um problema, que é
uma retomada dos investimentos e infra-estrutura, porque a infra-estrutura,
Ver. Sebastião, foi sucateada nos 12 anos de Governos neoliberais. As estradas
não dão vazão, os portos não dão vazão, a energia elétrica não dá vazão. Mas é
um problema bom, é um problema que reflete o crescimento do País, fruto do
trabalho do Governo Lula com as suas deficiências, mas que começa a dar
resultado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Raul
Carrion.
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes;
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho a esta tribuna para comentar
o Projeto deste Vereador que está na Pauta, Projeto que veda no Município
servir bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e em suas lojas de
conveniências. Estamos aqui com uma Emenda e vamos entrar com mais outra para
corrigir alguma coisa que achamos que, depois do Projeto ter sido elaborado,
conversando, a gente vai amadurecendo, e as coisas vão se acomodando... Hoje,
temos uma visão acredito que um pouco melhor do que a que tínhamos quando foi
feito o Projeto.
Eu
não estava ontem na Câmara, e o nosso colega Ver. Haroldo de Souza disse aqui
na tribuna que ele gostaria que eu estivesse aqui para explicar alguma coisa em
relação a esse Projeto: qual a diferença de estar bebendo num estádio de
futebol e estar bebendo num posto de gasolina? Este Vereador pode estar
totalmente equivocado, mas quero expressar aqui o meu pensamento. Eu tenho
comigo que um posto de gasolina tem um conceito, uma idéia, uma colocação muito
mais do que simplesmente abastecer o carro. Para mim, o posto de gasolina é o
local adequado para fazer a verificação de segurança do carro, tanto que,
quando passamos pelos postos de gasolina, vêm os funcionários verificar se tem
água, se tem óleo, se tem extintor, ou seja, fazem aquelas perguntas básicas
para saber se o carro tem condições de continuar a viagem. Então, o posto de
gasolina, para mim, é muito mais do que simplesmente para abastecer; é para
fazer a checagem, para saber se o carro está em condições.
O
posto tem de oferecer, na sua filosofia, segurança, e, quando associo à bebida
alcoólica, intimamente vem ligada ao cigarro e às aglomerações dos postos de
gasolina, com loja de conveniência, onde a juventude - às vezes, há 200, 300
jovens reunidos - se reúne, porque acha o posto de gasolina mais seguro para
ali beber. Acredito eu que não é o lugar mais adequado para isso. É uma questão
até de segurança.
Então,
vejo muita diferença. Beber, consumir bebida alcoólica e sair do posto de
gasolina. É comum verificar as pessoas bebendo nos postos, e é o motorista quem
está bebendo. É uma coisa extremamente agressiva! Alguém diz assim: “Mas, se
ele não bebeu no posto, e vai beber no restaurante, no bar?”. Mas aí é outra
situação.
Um
hospital que tem uma filosofia, além de fazer cirurgias, de salvar vidas, é um
lugar de profilaxia, lugar onde deve haver higiene. Não poderia conceber fazer
uma reciclagem de lixo no pátio de um hospital. Não combina! Os agentes
patológicos oriundos do lixo reciclável não combinam com hospital, que deve ter
o máximo de esterilização e limpeza e ser um ambiente totalmente profilático.
Não combina! Assim como um posto de gasolina não combina com bebida. Alguém
pode discordar de mim. Eu respeito, mas não concordo.
Um
posto de gasolina é um local de segurança. Podem dizer: “Mas não temos um local
para levar essa juventude!”. Então, é uma questão de gestão pública! A gestão
pública precisa achar um local adequado onde o jovem possa, então, beber. A
bebida para mim não serve, não tomo uma gota de bebida alcoólica, mas respeito
quem bebe. Agora, você não tem o direito de beber num local onde há uma bomba,
onde há combustível, que é inflamável. Bebe-se e fuma-se ao mesmo tempo. Numa
dessas, explode um posto de gasolina e matam-se 200 jovens. Para um jovem
alcoolizado bater com o carro numa bomba e causar uma explosão, não precisa
muito!
Então,
senhores, faço a minha Exposição de Motivos, porque assim penso; acredito que
os moradores em volta dos postos de gasolina com lojas de conveniência, que,
muitas vezes, pagam o IPTU mais alto, mais elevado, deveriam responder se
concordam com toda aquela algazarra. Eles pagam IPTU e têm de levantar cedo,
têm de trabalhar e têm de dormir de madrugada, duas, três da manhã, porque é
uma bagunça. É só olhar um posto de loja de conveniência onde há aglomeração de
200, 300 jovens bebendo que se sabe: há pessoas urinando nas calçadas, urinando
nas portas dos prédios e causando uma série de transtornos. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Elias Vidal.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, eu
pediria licença para utilizar 30 segundos para participar o que já foi
participado pela imprensa: a morte de um dos maiores fotógrafos do mundo de
todos os tempos - Henri Cartier-Bresson. Ele foi, indiscutivelmente, quem
devassou todo o sistema de imagens e a imprensa moderna. Peguem, por exemplo, o
jornal O Sul de hoje e vejam a capa, ali está o gênio desse fotógrafo
extraordinário, e, quando eu falo nesse fotógrafo, homenageio todos os
fotógrafos da Casa e todos os agentes que nos filmam aqui diariamente; porque
nós vivemos a época da imagem.
Discutindo
a Pauta, Srª Presidente, eu me lembro muito da Fábula do Lobo e do Cordeiro: o
lobo foi tomar água no mesmo rio - que descia da montanha - em que o cordeiro
também bebia água. Na parte jusante do rio ficava a ovelha e na parte montante
ficava o lobo. E o lobo perguntou para a ovelha: “Por que turvas minha água?”
Ela disse: “Não posso turvar porque a direção do rio vem lá de cima e não há
nenhuma lógica no fato de eu estar turvando uma água que já passou por ti e
depois passa por mim.” E aí, Ver. Sebastião Melo, o lobo disse: “Se não foi
você, foi o cordeiro seu pai”.
Então,
quando o Executivo manda para cá o Projeto com os nomes de rua que mandou,
alguns até com a grafia errada - Caapororoca é com dois “as”, e não com um só
-, eu gostaria muito que aquelas pessoas que criticaram os nomes que eu
coloquei, que são nomes de constelações de estrelas... Com uma população que
foi consultada, e há o resultado de pesquisa no processo, aí não vale! Agora,
quando há uma ou duas assinaturas lá: "Discutiram exaustivamente com a
comunidade". Mas, se não foi você, foi o cordeiro seu pai! Então, não
adianta “chorar sobre o leite derramado”.
Eu
tenho agora um Veto para uma rua chamada Tucano, que é o formato de uma
constelação, e para outra chamada Triângulo, que é o formato de outra
constelação. Então, eu gostaria muito de juntar o argumento do Ver. Gerson
Almeida, que disse que "navio negreiro" era uma expressão
preconceituosa, a esse preconceito ridículo de nomes só porque são de
constelações - e são nomes, na grande maioria deles, lindos; são nomes
belíssimos. Andrômeda é um nome lindo e foi vetado. Pois essa bílis da
Prefeitura contra este Vereador a gente sabe que tem outras razões; e as razões
estão no dia de hoje: Dia Mundial da Saúde. Hoje faz seis meses de um pedido de
processo de CPI: “O Ver. Sebenelo cometeu o pecado de pedir uma CPI, tudo o que
for dele vai ser vetado. E, se não foi ele, desgraçadamente foi o cordeiro seu
pai. Está vetado!" O Veto vai ser permanente e discricionário.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadores e
colegas Vereadoras, primeiro, eu quero agradecer ao Ver. Elias pela sua
desistência, porque nos oportuniza discutir um Projeto que eu considero
importante para a municipalidade, que é oriundo do Executivo.
Ver.
Dib, V. Exa aqui nos oportunizou, e eu ouvia atentamente essa questão
envolvendo a possibilidade de a Câmara autorizar o Poder Executivo a contratar
com a Caixa Federal um empréstimo de 17,5 milhões de reais para o aparelhamento
da máquina pública municipal. Eu preciso, aqui, ao analisar este Projeto,
adentrar um pouco no funcionamento da máquina pública. Todos nós que
vivenciamos a Cidade sabemos que na Cidade há uma fadiga muito grande da
máquina pública em vários setores, para não dizer na sua totalidade. Portanto,
quando, atrasadamente, o Prefeito pede uma autorização, eu acho que nós temos
de analisar do ponto de vista da legalidade, mas devemos autorizar, e vou dizer
por quê. Porque, Ver. Dib, nós analisamos aqui as Contas do Prefeito da época,
Sr. Tarso Genro, e, depois, do Sr. Raul Pont, em 96 e 98. E, lá, o Tribunal de
Contas apontou algumas coisas, como, por exemplo, que um processo
administrativo no Conselho do Contribuinte leva cinco, seis, sete e, em alguns
casos, até dez anos sem julgamento. Um processo que não é informatizado. Isso
não é aceitável, não é razoável numa Administração que tem enormes carências de
drenar recursos, especialmente para a área social, e deixa de cobrar de quem
deve impostos.
O
Brasil tem de parar com essa lógica de querer aumentar impostos! Nós já temos
uma carga tributária muito grande! Temos de cobrar de quem deve, especialmente
dos grandes. Os pequenos, às vezes, utilizam até como legítima defesa da sua
sobrevivência o processo da própria sonegação, mas os grandes não pagam
impostos neste País como deveriam pagar.
Então,
se por um lado este Projeto diz que quer modernizar a máquina tributária, acho
urgente e necessário que se faça isso, mas não é possível que no Conselho do
Contribuinte a maioria, ou seja, cinco membros, componha o Poder Público e os
processos, especialmente dos bancos, não andem. Isso é uma marca desta gestão,
que tem enorme eficiência para cobrar dos pequenos, mas não cobra dos grandes.
Vou
por outro lado, Ver. João Dib, aqui para a Av. Borges de Medeiros, mais
precisamente na SPM, onde começa a tramitação dos projetos para a construção
civil. Aquilo que deveria ser uma facilidade virou um caminho infernal, em que
o EVU - Estudo de Viabilidade Urbanística - leva um ano e meio; em que para se
aprovar um projeto, às vezes, leva três anos. Há o caso da Cooperativa
Figueira, que está instalada na Estrada João de Oliveira Remião, ao lado do
Supermercado Asun, foram cinco audiências e o processo ainda está em
tramitação. Deveria existir uma linha de montagem, em que se entra com um
protocolo único, ali estão os representantes do DMAE, do DMLU, da SMAM e, lá no
final da linha, se sai aprovação ou não.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Sebastião Melo, não é por falta de informatização. Aí eu
até usaria aquela expressão: “É vontade política”. Eles não querem fazer. Levam
sete dias para passar o protocolo de um andar para o outro. Isso não funciona.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. João Dib, eu acho que V. Exª toca
numa questão fundamental. As questões administrativas estão lincadas e
subordinadas a uma questão política; o que não pode é a nossa Cidade continuar
nesse marasmo administrativo. A máquina está carcomida; qualificação
profissional, há muito tempo funcionário público não recebe. Aliás, funcionário
público não está recebendo nem a bimestralidade nem os avanços a que tem
direito e, muito menos, a oportunidade da qualificação profissional. Criaram o
OP interno, e o sujeito, para disputar uma máquina, um computador, tem de
entrar no Orçamento Participativo interno da Prefeitura. Então, evidentemente
esta Casa não vai negar, até porque esse é um Programa nacional, mas quero
dizer que esse Programa vem atrasado para quem administra esta Cidade há 16 anos,
de forma ineficiente.
V.
Exª tem razão, tem de diminuir os impostos. Trago um dado estarrecedor aqui,
Ver. João Antonio Dib, do ISSQN, que cresceu 14% (146,88) em 2003. Só que, das
Receitas Correntes, ele diminuiu de 26% para 12% de 1988 para agora, o que
significa que, do ponto de vista econômico, a Cidade está caindo. Agora a
Câmara votou o ISSQN diminuído da informática, e o último balancete provou que
aumentou a arrecadação; então, onde se diminui tributo, aumenta a arrecadação,
aumenta a malha.
Peço
a V. Exª que me conceda tempo de Liderança do nosso Partido, para concluir o
meu raciocínio.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero encerrar dizendo o seguinte:
essa questão tributária no País, e de resto nos Estados e nos Municípios - e aí
falo pontualmente da Cidade em que sou Vereador -, é muito mal encaminhada; os
“burrocratas” do Poder sempre querem aumentar impostos e não querem modernizar
a máquina administrativa. É preciso mudar essa lógica, cobrar de quem deve,
modernizar a máquina e diminuir impostos.
Uso
este tempo de Liderança, Srª Presidenta e colegas Vereadores, porque hoje é o
dia nacional em que se comemora a data da saúde. Quero inicialmente dizer que
acho que o SUS foi talvez o maior projeto de inclusão social que este País
produziu, que é a universalização do atendimento, mas o SUS - Sistema Único de
Saúde -, neste momento, está vivendo na UTI. Eu não vou falar do SUS nacional,
porque o SUS é único, mas quero conversar um pouco sobre o que acontece em
Porto Alegre. São notícias de jornais dos últimos três dias, vou mostrar aqui
para não dizer que é só manchete. Diz aqui (Lê.): "Videogame e TV na fila
do SUS". Um jovem leva esses aparelhos para agüentar 12 horas na fila,
para ter a possibilidade de arrumar uma consulta com um clínico-geral. Eu não
estou falando num especialista. Essa é a realidade local. Aí eu pego um outro
jornal, que também é de hoje, que diz (Lê.): "Restinga reivindica para a
Secretaria Municipal da Saúde". O que está dizendo? Que o PSF da Vila
Castelo não tem atendimento, não tem médicos, não tem remédios. Aí eu pego uma
outra manchete, tudo dos últimos dois dias (Lê.): "Conceição reage à
comparação de emergência com navio negreiro." Eu não quero entrar nessa
polêmica, porque o que eu quero discutir é o mérito da matéria. Eu não quero
discutir a frase do Dr. Argollo, porque, senão, eu vou descaracterizar e vou
desqualificar o debate. Mas o que eu quero dizer, neste curto espaço de tempo,
é que há, na nossa avaliação, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, um
encaminhamento equivocado do gestor local.
De
1997 para cá, quem administra a Saúde em Porto Alegre é o Município. Disse aqui
o Ver. Guilherme Barbosa que a maioria dos atendimentos são de pessoas do
Interior. Eu não sei se é a maioria ou a metade. Agora, eu tenho de dizer alto
e bom som, Ver. Luiz Braz, que do teto de 60 milhões de reais que vêm ao Rio
Grande, fundo a fundo, 33 milhões ficam em Porto Alegre, e o restante é
dividido entre os 496 Municípios do Rio Grande do Sul, porque a rede hospitalar
maior é aqui em Porto Alegre. Portanto, há dinheiro para atender.
Há
um eixo pelo qual não dá para sustentar a Saúde em Porto Alegre. Porto Alegre
tem 1 milhão e 400 mil habitantes e apenas 63 postos de saúde de família. Isso
é inaceitável, isso é inadmissível. Cidades como Belo Horizonte e outras têm
mais de trezentos e cinqüenta postos. Não é possível, porque a saúde de família
é aquela que previne e luta diariamente para que o cidadão não fique doente,
para que ele combata, lá na ponta...a gestante, a criança de zero a seis anos,
quando ela desenvolve a sua formação cerebral. Portanto, nós não temos muito o
que comemorar hoje, no Dia da Saúde, no Brasil inteiro. O Rio Grande não é uma
ilha, Porto Alegre não é uma ilha. Eu vejo por aí espalhado que é a melhor
Saúde do Brasil! Mas que barbaridade! Respeitem a nossa inteligência, as
pessoas que estão-nos assistindo. As pessoas lá da ponta fizeram o acolhimento,
mas a dor continua, porque acolhem por dez minutos, ouvem a pessoa e a mandam
para casa. Muitas vezes, quando chega o telegrama, essa pessoa nem sequer
existe mais, já veio a falecer!
Essa
é a dramática e dura realidade das noites, quando, aqui na Glória, mais
precisamente na Av. Oscar Pereira, seis mil e pouco, uma senhora de quase 60
anos - Ver. Cláudio Sebenelo, eram 4h da manhã, lá eu estava, junto com o Ver.
Dr. Goulart - dizia: “Aqui estou, meus filhos, desde às 6 da tarde de ontem. Eu
faço um apelo: que o senhor fale com o Prefeito, para construir uma marquise,
porque eu muitas vezes tenho de voltar aqui e, pelo menos, não quero ter sereno
na minha cabeça”. Essa é a realidade nua e crua da Saúde no Brasil, no Rio
Grande, em Porto Alegre. Então, muito pouco temos a comemorar. Acho que o
Sistema Único de Saúde tem de ser resgatado, tem de ser qualificado, tem de ser
ampliado, mas não basta ter direito à Saúde. Hoje, a Lei dá direito, mas, entre
o direito e o acesso à Saúde, há um fosso interminável. Na maioria das vezes, o
cidadão morre antes de chegar no atendimento ou, às vezes, tem de recorrer a
uma Defensoria Pública e entrar com mandado de segurança para poder conseguir
uma internação. Essa é a dura realidade do País, do Rio Grande e de Porto
Alegre. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Está encerrado o período de discussão
preliminar de Pauta.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, solicito verificação de
quórum.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicita verificação de quórum o Ver.
Cassiá Carpes. (Pausa.) Há quórum.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, hoje o Prefeito João Verle sancionou uma Lei de nossa autoria, a
Lei Complementar nº 507, que esperamos vá colocar um ponto final em uma
discussão que tem sido realizada aqui nesta Casa durante muitos e muitos anos.
Já faz quase vinte anos que, a cada legislatura, um ou outro Vereador apresenta
um projeto para cercamento do Parque da Redenção, mais especificamente.
A
Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou por unanimidade um Projeto que prevê
que o cercamento de parques públicos só poderá ser feito através de plebiscito
e passando pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano. Então, com essa
Lei Complementar, entendemos que vamos colocar um ponto final no assunto. Se,
num determinado dia, a população da nossa Cidade entender que temos de cercar o
Parque, esse cercamento só poderá ser feito após um plebiscito. Quero mais uma
vez agradecer aos colegas Vereadores que tiveram a sensibilidade de votar o
Projeto e, também, ao Executivo, de acolher esse Projeto que, a partir de hoje,
é a Lei Complementar nº 507. Então, assim vamos encerrar essa discussão que, a
cada legislatura, volto a dizer, um ou outro Vereador inicia, apresentando um
projeto de lei para cercar, mais especificamente, o Parque Farroupilha.
Discute-se a questão ou não da segurança, discute-se a questão dos custos, mas,
o mais importante, é tirar da esfera dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras
esse tema e passar a discussão, se for o caso, para toda a sociedade de Porto
Alegre. Eu volto a dizer que, se, num determinado dia, a população entender que
tem de cercar ou não o Parque, essa vontade só poderá ser explicitada por meio
de um plebiscito. É importante as pessoas entenderem que plebiscito é a
totalidade da população, ou seja, é por meio de uma votação no mesmo sistema
eleitoral; é diferente de uma consulta popular. Acho que isso foi muito
importante.
Nós
também queremos registrar o falecimento de Marino Pereira Bastos, barbeiro, que
morava na Travessa Hidelbrand, uma pessoa que tinha uma liderança muito grande
com a comunidade.
Queremos,
mais uma vez, saudar essa Lei Complementar que, eu volto a dizer, vem colocar
um ponto definitivo nessa vontade dos Srs. Vereadores, das Sras. Vereadoras
que, volta e meia, ingressavam com um Projeto para cercar, mais
especificamente, a Redenção. A partir de agora, esse projeto não tem mais
sentido, porque está previsto que, se quiserem cercar, só por meio de um
plebiscito. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero registrar que o Ver. Elói
Guimarães, conforme foi apregoado por esta Presidência, está em representação.
Não havendo mais quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h39min.)
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